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Localização de instalações

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A análise da localização de instalações é aplicada a vários problemas, por exemplo, a localização de aeroportos, escolas, armazéns, centrais de tratamento de resíduos, fábricas, postos de correios, hospitais, livrarias, entre outros. O problema da escolha da localização de instalações de entre variadíssimos locais é um problema de logística de enorme importância. (Resumo, [2006])
O problema da localização preocupa-se em estudar uma área específica a partir das unidades de distribuição de produtos ou de prestação de serviços, o objectivo destes problemas é determinar a quantidade e a localização ideal destas unidades de forma a atender da melhor maneira possível um conjunto de usuários cuja localização é conhecida. Steiner em 1837 analisou pela primeira vez a questão da localização de um ponto central, tendo três pontos diferentes, o objectivo de Steiner era determinar as coordenadas do ponto, tal que a soma das distâncias até aos pontos fosse mínima. (3.2 - Problemas, [1999])
O problema do abastecimento de n destinos, por um número de origens, p, tem sido estudado com uma variedade de hipóteses e métodos. Se as origens e destinos, são localizações conhecidas com quantidades disponíveis aparece o problema de transporte padrão da programação linear. A literatura científica tem se focado nos custos de transporte bem como na distância de transporte. Pesquisa esta que começou em 1909 quando Alfred Weber colocou o seguinte problema: Dado um conjunto de localizações de fregueses {(xi,yi)} e um conjunto de procuras de fregueses {Qi}, encontre a localização de uma facilidade central (xo,yo) que minimize a distância total viajada para satisfazer as procuras de fregueses. (Uma breve, [1996])
De uma forma geral os estudos de localização tratam de problemas como minimizar custos ou maximizar lucros de uma rede logística, atendendo a procura e satisfazendo os níveis de serviço. As restrições deverão ser então o mínimo de carga a ser transportada para o sistema ser viável e o tempo máximo para a carga chegar ao cliente. Os problemas de localização são bastante complexos pois têm um extenso número de variáveis de decisão que se influenciam mutuamente. Para resolver este problema devem ser empregues técnicas sofisticadas de modelagem e análise, estas técnicas podem ser analíticas incluindo programação linear e técnicas de simulação. As técnicas analíticas incluem métodos que identificam os centros de gravidade da rede logística, que é adequado para decidir a localização de uma única fábrica ou um único centro de distribuição (CD). O centro de gravidade pode ser relativo ao centro do peso, centro da distância ou ao centro combinado do peso-distância ou ainda do centro peso-tempo-distância, sempre tentando encontrar uma localização de menor custo. Para a localização de múltiplas instalações devem ser usadas técnicas de programação linear ou de simulação. (2.4.3 Técnicas, [2004])
A decisão de localização baseia-se em dois tipos de dados, sendo eles os dados qualitativos e quantitativos. (Abordagens para, [2009?])
  • Os dados qualitativos são dados sobre o local que podem ser medidos de forma subjectiva. (ex: qualidade de vida, clima)
  • Os dados quantitativos são dados sobre o local que podem ser medidos e ter um valor numérico. (ex: preço, salários)
Os modelos de decisão mais utilizados na avaliação de alternativas de localização são:
Dados qualitativos:
  • Modelo da ponderação qualitativa
Dados quantitativos:
  • Modelo do centro de gravidade
  • Modelo de comparação entre custos
  • Método dos momentos

Índice

História

História evolutiva da localização de instalações (História, [2007])
  • 1826 - Von Thünen definiu os fundamentos da Teoria da Localização e criou a Teoria dos Círculos Concêntricos, apoiado nos trabalhos de Richard Cantillon.
  • 1873 - Albert Schaffle, a partir da teoria dos círculos concêntricos tentou explicar os diferentes aspectos entre forças centralizadoras e descentralizadoras.
  • 1909 - Alfred Weber definiu 3 principais factores de influência na localização:
Ponto mínimo de custo de transporte; Distorção de trabalho; Nível de concentração. Deu origem à teoria da Localização Industrial.
  • 1920 - Andreas Predohl introduziu o método de substituição de factores.
  • Anos 30 - Walter Christaller, desenvolveu uma relação que acentuava cada vez mais, as zonas de influência dos centros urbanos, elaborando assim uma Teoria de Lugares Centrais
  • 1931 - Reilly desenvolveu as Leis de gravitação do varejo
  • 1940 - August Losch engloba todo o trabalho dos seus antecessores. Teoria dos lugares centrais; Equilibrio economico-espacial.
  • Nos dias de hoje houve o aparecimento de SIG, Sistema de informação geográfica.

Duas principais teorias

As teorias da localização das actividades económicas subdividem-se em:
  • Weber e Thünen que consideram que os consumidores se concentram em pontos dispersos do espaço.
  • Lösch, que considerou os consumidores dispersos em áreas de mercado de diversos tamanhos.
São teorias bastante divergentes entre si. O primeiro grupo concentra-se na minimização dos custos de transportes e não se preocupam com a dependência das actividades locacionais de uma empresa às decisões locacionais de outras. Dizem que a indústria se deve situar onde os custos do transporte de materias primas e do produto final são um mínimo. O segundo grupo considera proporções fixas de factores de produção, oferta clássica de materias primas, enfatiza as condições de procura e a interdependência locacional. Apesar de apresentarem limitações, o estudo destas teorias, na actualidade, contribui para o entendimento da nova dinâmica económica regional. (Conclusão, [2009?])

Von Thünen: Localização agrícola

A preocupação de Von Thünen foi saber o que determinava o preço e como se devia dispôr a produção agricula no espaço. Von Thünen concebeu um modelo com características bastante rígidas, tais como:
  • Um espaço com estado isolado, com absoluta uniformidade de condições naturais e sócio-culturais da população, o que resulta na invariabilidade dos custos de produção;
  • A existência de uma cidade no centro do Estado, que funciona como único mercado consumidor da produção agrícola e fornecedor de bens aos agricultores;
  • A existência de um só tipo de transporte da produção agrícola para o mercado central e de um padrão uniforme de caminhos e estradas, pelo que os custos de transporte são exactamente proporcionais à distância percorrida;
  • Os produtores procuram maximizar a renda com ajustamento automático da produção às necessidades do mercado, de forma que este se encontre em equilíbrio.
No Estado Isolado, a renda da terra depende da localização da área de produção em relação ao mercado de consumo e é dada pela equação seguinte:
  • L= Pr(p−c) − Pr.t.d
onde: L - renda locativa(Corresponde ao preço do solo, o qual diminui à medida que aumenta a distância relativamente ao centro) por unidade de área; Pr - produtividade agrícola por unidade de área; p - preço de mercado por unidade de medida da produção; c - custo de produção de uma unidade de medida; t - preço do transporte por unidade de medida e por unidade de distância; d - distância a ser percorrida até ao mercado de consumo.
Nos chamados anéis de von Thünen as terras mais próximas do centro têm uma maior renda, pois a renda, tem uma relação inversa com a distância. Os custos de transporte aumentavam com a distância, logo, o afastamento do mercado determinava a selecção de culturas. Assim, os produtos distribuíam-se de maneira regular em torno do mercado. Os produtos difíceis de serem transportados localizavam-se próximos ao centro consumidor. A abordagem de von Thünen inspirou vários teóricos do planeamento urbano. Os custos unitários de transporte e o preço do solo urbano são, até hoje, funções decrescentes da distância ao centro. (A localização, [2009?])

Alfred Weber: Localização industrial

O modelo de Alfred Weber demonstra que, supondo a existência de custos uniformes de produção sobre um dado espaço, as indústrias teriam tendência a localizar-se no ponto em que os custos totais de transporte seriam mínimos. Os custos de transporte dependeriam do transporte das matérias-primas, assim como do produto acabado. O objectivo seria então encontrar o local onde o índice tempo por quilómetro (t/km) seria mínimo.
Weber classificou os materiais em dois tipos:
  • Materiais não localizados que se encontram em todo o lado;
  • Os materiais localizados, que estão disponíveis em locais determinados.
Os primeiros não exercem qualquer força locativa; os segundos têm em si importantes forças locativas.
Weber dividiu ainda os materiais em duas classes, conforme a sua influência locativa:
  • Os materiais que entram com a totalidade do seu peso na constituição do produto;
  • Os materiais que sofrem uma perda do peso original no processo industrial.
A localização da produção industrial surge como uma função dos custos de transporte relativos à deslocação de vários materiais localizados e dos respectivos produtos finais, podendo ocorrer em três locais possíveis:
  • Junto aos recursos
  • Junto ao mercado consumidor
  • Ou em qualquer ponto intermédio.
Considerando o exemplo simples de uma indústria que utiliza apenas uma matéria-prima e que vende o seu produto final num único mercado, pode concluir-se que a melhor localização seria junto da fonte de abastecimento no caso da matéria-prima não entrar com todo o seu peso no produto e junto ao mercado no caso contrário. (A localização industrial, [2009?]). Hoje em dia, o modelo de Weber não é utilizado para calcular a localização óptima das actividades, mas sim a orientação das actividades em função dos factores, mão-de-obra e do mercado. (Influência, [2009?])

Factores determinantes da localização

Existem variadissimos factores que influênciam a escolha da localização. (Factores, [2007])
Exemplo de alguns factores determinantes da Localização (Exemplos, [2009?])
  • Disponibilidade de Mão de Obra;
  • Nível salarial e sindicatos;
  • Disponibilidade de transporte;
  • Suprimento de eletricidade, gás, telefones, água, esgoto, etc.
  • Incentivos fiscais
  • Proximidade dos mercados
  • Tendências de crescimento populacional
  • Fornecedores e serviços de apoio
  • Restrições ambientais
  • Disponibilidade e custos dos terrenos
  • Leis de zoneamento;
  • Proximidade de universidades;
  • Hospitais;
  • Nível de vida;
  • Preferências da gerên localização (Abordagens, [2009?])
Definir:
  • Objectivos
  • Nichos de mercado
  • Número e tamanho das fábricas
Determinar as Estratégias:
  • Factores dominantes de localização;
  • Ênfase nos produtos e mercados;
  • Orientação ao risco;
  • Competências da empresa.
E ainda:
  • Procurar uma região viável;
  • Desenvolver alternativas de localização;
  • Avaliar as alternativas de localização;
  • Selecionar um local específico.

SIG

Os sistemas de informações geográficas, SIG, são uma das ferramentas que auxilia na escolha do local, pois apresenta uma grande capacidade em armazenar, exibir e manipular dados espacialmente distribuídos. Uma mais valia é combinar SIG com técnicas de pesquisa operacional.
SIG é um conjunto organizado de software e hardware, informação geográfica e as pessoas que fazem a sua aquisição, que armazenam, verificam e manipulam os dados referentes à Terra. Os SIG, têm uma importância cada vez maior de dia para dia, a sua utilização como ferramenta de ajuda à tomada de decisão tem vindo a crescer exponencialmente. Pode ser usado em variadas áreas, contendo dados geográficos bem como ferramentas que permitem a análise espacial, cartográfica e estudos ambientais, ou mesmo recursos de marketing. (O que é, [2009?]).
Os sistemas de informação geográficas dividem-se em dois principais modelos, sendo eles o modelo matricial e o modelo vectorial.
  • O modelo matricial é relativo às propriedades do espaço, sendo constituído por células, em que cada célula representa um valor, quanto maior for a dimensão da célula menor detalhe irá ter na representação do espaço geográfico, ou seja menos resolução.
  • O modelo vectorial foca-se na precisão da localização, e são utilizadas três formas espaciais, linhas podem representar estradas e rios, pontos podem ser por exemplo sinais de trânsito e polígonos podem representar cidades.
Os sistemas de informações geográficas são uma das ferramentas que auxilia na escolha do local, pois apresenta uma grande capacidade em armazenar, exibir e manipular dados espacialmente distribuídos. (Tecnologias, [2009?])

Localização Industrial hoje

Hoje em dia um factor mais importante do que os incentivos fiscais é a rapidez e agilidade na entrega dos produtos finais, assim como da entrega de produtos semi-acabados às montadoras. A ideia nos dias de hoje é reduzir os armazéns, fazendo cada vez mais com que o próprio meio de transporte seja um mini-armazém. (Localização, [2009]).

Custo da informação sobre a localização

Toda a informação sobre o local deve ser recolhida, estudada e armazenada por forma a ser apresentada ao decisor final, aquele que vai decidir o local da empresa. Só com a recolha de informação o decisor consegue diminuir o grau de incertezas da sua decisão, desde a análise das ofertas de terrenos à procura e visitas a terrenos, negociações das condições de compra e por aí fora. A decisão de localização requer inúmeros estudos específicos com base em informações seleccionadas e através das aplicações, métodos e técnicas de análise, tudo isto tem o seu preço. (Custo, [1995])

Localização de serviços de emergência

Na localização de serviços de emergência procura-se cobrir a área de procura, quer isto dizer que se tenta minimizar a distância/tempo crítica além da qual a área da procura é considerada não coberta, logo a área de procura diz-se que está coberta se está a menos da distância critica de pelo menos um dos servidores (ou facilidades) existentes independentemente de este estar ou não disponível quando o serviço é solicitado. (Localização de, [1996])
Se considerarmos o problema de localizar um serviço de emergência de ambulâncias numa dada região, de maneira a que toda a população esteja a menos de 20 quilómetros de pelo menos um serviço, 20 quilómetros seria então a distância crítica, e o problema seria então calcular o número de serviços e sua localização na região, de maneira que cada área de procura esteja a menos de 20 quilómetros de pelo menos um serviço localizado. O modelo mais simples que resolve este tipo de problemas é o Modelo de Localização para a cobertura de Conjuntos (MLCC).
Um problema dos modelos apresentados na localização de serviços de emergência é que eles partem do principio de que as facilidades ou servidores estão sempre disponíveis quando solicitadas. No entanto em sistemas congestionados a hipótese é totalmente injustificada. O congestionamento em serviços de atendimento de emergência, que pode causar a não-disponibilidade de um servidor a menos da distância crítica quando solicitado, motivou o desenvolvimento dos modelos de localização com cobertura adicional e, posteriormente, dos modelos de cobertura probabilísticos.

Modelo de Localização para a cobertura de Conjuntos

Este modelo tenta que a área de procura e o serviço mais próximo tenham uma distância o menor possível, sendo que a localização de p centros busca a localização de f facilidades.

Problema de Localização de Máxima Cobertura

Este modelo é bastante parecido ao MLCC no entanto é mais acessível financeiramente. Neste modelo o objectivo é localizar um número pré-especificado de p serviços, de tal forma que a máxima população possível da região em questão esteja coberta a menos de uma distância critica S também pré-definida.
Seja:
  • S a distância de serviço
  • J= {1,2,...,m} um conjunto de áreas de procura
  • I = {1,2,...,n} os possíveis locais onde as facilidades podem ser localizadas
  • Fj a população da área de procura j+
  • Aij = 1 se a área de demanda j puder ser coberta por uma facilidade localizada em ,i diferente I, a menos da distância de serviço S(aij=0 caso contrário)
  • P o número de facilidades a serem localizadas
  • Xj = 1 se a área de procura j for coberta (xj = 0 caso contrário);
  • Yi = 1 significa que uma facilidade deve ser localizada em ,i diferende de I, (yi = 0 caso contrário)
A formula matemática para PLMC é : PLMC2.jpg
Nas fórmulas apresentadas busca-se maximizar o máximo de população coberta. As restrições (2), (3), e (4) significam:
  • (2) Assegura que uma área de procura jpertencente a J está coberta se existir pelos menos uma facilidade a menos da distância S.
  • (3) Limita o número de facilidades na solução p
  • (4) e (5) Apresentam a natureza binária das variáveis de decisão.
  •  

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Modelo Minisoma

O modelo Minisoma minimiza a distância total percorrida no sistema de distribuição. (Modelos de, [2008])
Considerando: (O Modelo, [1999])
  • Wi – procura do vértica j
  • Dii – distância mínima entre os vértices j e i.
Em termos matemáticos o modelo assume a seguinte forma. Sejam:
Minisoma condicoes.jpg Minisoma1.jpg Modelominisoma.jpg
Onde: M=\sum\limits_{j=1}^n W_j.
Significado das restrições:
  • (7) Garante que a procura é totalmente atendida;
  • (8) Mostra o facto de uma fracção da procura alocada a facilidades de hierarquia mais baixa é referida a facilidades de hierarquia mais alta;
  • (9) e (10) Garantem que as alocações são feitas apenas aos vértices onde as facilidades estão localizadas;
  • (11) e (12) Indicam que serão localizadas p1 facilidades de nível 1 e p2 facilidades de nível 2;
  • (13) Garante que em cada vértice será localizada no máximo uma facilidade;
  • (14) É útil para uma maior clareza de exposição, apesar da redundancia;
  • (15) Define a natureza binária das variáveis de decisão.
São modelos minisoma:
  • Modelo de custo do transporte x Volume x Distância (TVD) onde se multiplica o número de transportes pelo volume transportado e pela distância percorrida
  • Modelo do centro de gravidade.

Modelo Minimax

O modelo minimax minimiza os custo de entrega a clientes de localização menos favorecida. Considerando-se o problema de determinar a localização de uma nova empresa ou centro de distrubuição, de modo a que a distãncia máxima de qualquer cliente ou utilizador seja minimizada. As distâncias devem ser rectilíneas e todas as deslocações são feitas ao mesmo custo por unidade de distância ou têm a mesma importância.
O problema inverso (Cobertura) é achar o menor número de centros e sua localização de tal modo que todos os clientes estejam localizados a uma distância menor que uma distância crítica pré-estabelecida. (Modelos, [2008])

Método Analítico Hierárquico

Este método teve origem em 1971 através do Dr. Thomas L. Saaty, o método chegou à maturidade em 1973 com um estudo de transportes no Sudão tendo havido um enriquecimento teórico entre 1974 e 1978. Este é um método simples e confiável, e é utilizado na escolha de tomada de decisão, seja ela a escolha de um automóvel, um imóvel, na escolha de um emprego ou mesmo na escolha da localização de uma empresa.
Etapas do Método de análise hierárquica de Saaty:
  • 1) Definir o problema e os respectivos critérios;
  • 2) Construir a Estrutura de decisão hierárquica em três níveis;
  • 3) Construção das matrizes de preferência para cada critério: depois de se ter construído a hierarquia, deve-se fazer uma comparação par a par, de cada elemento no nível hierárquico dado, criando-se uma matriz de decisão quadrada. Nessa matriz, o decisor representará, a partir de uma escala predefinida de comparações binárias entre os elementos comparados, sob o enfoque de um elemento do nível imediatamente superior. As comparações par a par são realizadas em todos os níveis hierárquicos. A comparação par a par das alternativas é realizada utilizando uma escala própria, que varia de 1 a 9. determinar os graus de preferência para cada critério, com o desenvolvimento de 4 matrizes que comparam os graus de intensidade por pares em função de cada característica, referentes aos 4 critérios adoptados.
  • 4) Normalizar as matrizes: deve-se dividir cada elemento da matriz pela soma da coluna a que pertence. Normalizar os valores de cada coluna de tal forma que a soma de todos os seus elementos seja igual a 1.
  • 5) Obter a média de cada critério: converte-se as fracções em decimais e encontra-se a média aritmética de cada linha da matriz normalizada. O resultado é um vector representando um dado critério.
  • 6) Construir matriz de prioridade: com os vectores encontrados na etapa anterior, devese construir uma matriz. As linhas constituirão as alternativas e as colunas os critérios.
  • 7) Construir a matriz de comparação dos critérios: depois de obtido o vector de prioridades ou de impacto das alternativas sob cada critério continua-se com o nível dos critérios. Construir uma matriz de comparação dos critérios e repetir as etapas 4 e 5 para a classificação par a par. O resultado será um vector que contém a média das preferências de cada critério.
  • 8) Obter o resultado: multiplicar a matriz obtida na etapa 6 pelo vector da Média obtido na etapa 7. O resultado será um vector que contém a quantificação final de cada alternativa.
  • 9) Calcular a coerência: o calculo da coerência deve ser tido em consideração para todas as matrizes binárias do problema, mas só se justifica para matrizes de dimensão igual ou superiores a 3x3. Neste caso, só temos uma matriz de dimensão aceitável (4x4), que é a da comparação entre critérios.
A etapa 9) é constituída por 4 passos
  • 9.1) Determinar a totalização das entradas: resume-se ao produto da matriz inicial com o respectivo vector da média, obtido na etapa 7;
  • 9.2) Determinar o λ máximo: considera-se o nº de critérios, que neste caso são 4. Divide-se o vector do total de entradas pelo vector da média e obtêm-se um novo vector. Deste vector resultante, somam-se as suas parcelas (4) e divide-se pelo nº de
critérios (4), e resultado é o λ máximo;
  • 9.3) Calcular o Índice de Coerência, IC: IC=(λmáx-n)/(n-1);
  • 9.4) Comparar o Índice de Coerência, IC com o Índice Aleatório, IA, e verificar se é ≤ 0,10 (10%); RC =IC/IA
O AHP tem um resultado numérico que pode ser utilizado em qualquer decisão onde seja possível comparar as várias opções segundo os critérios previamente estabelecidos. (O método, [2006])
O Método Hierárquico Multicritério organiza os sentimentos, intuições e lógicas através de uma abordagem estruturada, na tomada de decisão. Através deste método o problema em questão pode ser decomposto em níveis hierárquicos, facilitando assim, a sua compreensão e avaliação. (Introdução, [2006])
A base do modelo é um problema complexo com uma estruturação hierárquica, decompondo o sistema em vários níveis de hierarquia. A comparação entre as várias opções é feita numa escala de importância com valores de 1 a 9, sendo que o valor 1 é designado quando as duas opções comparadas têm o mesmo peso para o objectivo. O valor 3 é utilizado quando uma alternativa bastante mais importante do que a outra, e assim sucessivamente. A escala tem um limite pois estudos comprovam que o ser humano tem dificuldades em decidir entre alternativas. O método dá então uma a importância relativa entre os vários elementos. Se através do método não for obtida uma resposta significa que as alternativas não podem ser comparáveis ou então são significativas. Tabela com a escala: Metodohierarquico.jpg
Os axiomas são:
  • O da comparação recíproca, onde o decisor deve ser capaz de fazer comparações
e mostrar a intensidade de suas preferências;
  • A preferência deve satisfazer a condição de reciprocidade: se A é x vezes preferível a B, logo B é x 1 vezes preferível a A.
O princípio do pensamento analítico na resolução de problemas para uma análise explícita divide-se em três, sendo eles: a construção de hierarquias, o estabelecimento de prioridades e a coerência lógica.
Existem dois tipos de hierarquias:
  • As estruturais- onde os sistemas complexos são estruturados, estas hierarquias possuem uma relação próxima com a forma como o cérebro analisa a complexidade, decompondo os objectos que discernimos em grupos, subgrupos e até em menor;
  • As funcionais- Decompõe sistemas complexos em elementos essenciais, ajudam a guiar um sistema para a realização de um objectivo.
Na estruturação da hierarquia devem ser incluídos detalhes relevantes para:
  • Representar o problema de tal modo que inclua todos os elementos importantes
para a avaliação e se necessário no desenrolar do processo os elementos possam ser mudados;
  • Considerar o ambiente que cerca o problema;
  • Identificar as questões ou atributos que contribuam para a solução;
  • Identificar os participantes associados com o problema.
No Método de Análise Hierárquica distinguem-se três fases: estruturação, julgamentos e síntese dos resultados.

Modelo do Centro de Gravidade

O modelo do centro de gravidade é utilizado quando a empresa já existente quer saber onde deve localizar uma nova instalação dentro da rede. O método avalia o mercado já existente, o volume de bens ou serviços, bem como os custos de transporte envolvidos. Este método calcula a localização minima entre a nova instalação e os mercados e instalações que já existem. As coordenadas utilizadas para calcular o ponto onde se deve localizar a instalação são GX e GY e são calculadas com as seguintes fórmulas: (Resumo 6, [2009])
  • Gx = (dix . pi . Ci)/( pi .Ci)
  • Gy = (diy.pi .Ci)/(pi .Ci)
Onde:
  • Gx - coordenada horizontal do CG;
  • Gy - coordenada vertical do CG;
  • Dix - coordenada horizontal da instalação ou mercado i;
  • Diy - coordenada vertical da instalação ou mercado i;
  • Pi - custo de transporte na direção da instalação ou Dom mercado i;
  • Ci - volume transportado de/para a instalação ou mercado i.
Existem dois tipos de modelos gravitacionais, o M.G simplesmente limitado, e o M.G duplamente simplificado. (Modelos Gravitacionais, [2006])
  • Modelo Gravitacional Simplesmente Limitado - É destinado à localização das actividades duma área e é caracterizada por se conhecerem os totais das origens, ou destinos, dos fluxos de interacção.
  • Modelo Gravitacional Duplamente Limitado - É destinado a fazer a previsão dos fluxos de interacção e caracteriza-se pelo conhecimento dos totais das origens e destinos.

Modelo de Interacção Espacial

O Modelo de Iteracção Espacial é baseado no modelo de gravitação de Newton e é especifico para a localização comercial. O modelo foi desenvolvido por Huff em 1966. (Modelo de, [2007]) Onde:
Modelodeinteraçãoespacial.jpg
Os modelos de interacção espacial, mostram-nos o fluxo de mercadorias, pessoas ou mensagens de uma origem i para um destino j, a distribuição do fluxo dá-se com base na potencialidade da origem gerar viagens, na atracção dos destinos e na impedância de deslocamentos entre cada origem e destino (i,j), sendo a impedância uma medida que avalia os efeitos contrários à realização ou prolongamento de viagens. (3.3 - Modelos, [1999])

Modelo da Ponderação Qualitativa

O modelo da Ponderação Qualitativa, pode ser usado quando não se consegue adequar uma estrutura de custos a cada localidade considerada. O modelo consiste em determinar uma série de factores importantes para a decisão, onde cada localidade alternativa recebe um julgamento, julgamento esse que é convertido em nota através de uma escala arbitraria. A cada factor é atribuido um peso. A soma ponderada das notas pelos pesos dos factores dará a pontuação final para cada localidade, a localidade escolhida é a que tiver maior pontuação. (Modelo da, [2007])
Considerando:
  • k - Factores indicados por Fij
  • i - Localidade
  • j - Particular factor
  • F23 - Indica o valor do factor 3 para a localidade 2.
  • Pj - Peso relativo do factor j
A ponderação final para a localidade i (Ni) pode ser expressa como: N_i = \sum^{k}_{j=1} F_{ij}P_j

Modelo da Comparação entre o custo fixo e o custo variável

Através deste modelo realiza-se uma análise de custos para cada uma das alternativas previamente seleccionadas. Calcula-se o lucro associado a cada alternativa de localização através da previsão da quantidade e do preço de vendas. Obviamente a melhor solução será aquela que tiver maior lucro
Passos a dar para a resolução do modelo:
  • Calcular os custos fixos, os custos variáveis e preços de vendas;
  • Calcular para cada localidade, o ponto de equilíbrio;
  • Sabendo que o ponto de Equilíbrio é a quantidade a produzir que iguala os custos e as receitas;
  • Escolher a localidade com o menor ponto de equilíbrio com a finalidade de recuperar mais rápido o investimento. (Modelo da Comparação, [2009?])

Método dos Momentos

O método dos momentos é um método simples e intuitivo. Supõem a existência dos momentos populacionais, a ideia básica do método é igualar os momentos das amostras aos momentos da população e procurar a solução da equação em função das componentes da amostra. Momento = Somatório (custo unitário de transporte x quantidade x distância) Sendo o melhor centro aquele que tiver a menor soma de momentos. (Método, [2009?])

Referências

Ver também

Ligações externas


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Quem somos

O IpdI é uma instituição especializada em idealizar, desenvolver e implementar projetos estratégicos e processos de design para a indústria e órgãos governamentais, com o objetivo de melhorar a competitividade e o desenvolvimento econômico e social Regional.  Possui atuação abrangente e conta com um time de experts com visão holística e altamente eficientes.

 

 

Fonseca, Ken Flávio Ono Fons
eca, Professor UTFPR / UFPR
Ishikawa, Claudia, Coordenadora de projetos Centro de Design Pr
Gaziri, Letícia, Coordenadora de projetos Centro de Design Pr
Gouveia, Ana Leocádia de Souza Brum Donikian, Co
ordenadora de projetos Centro de Design Pr
Bazzo, Juliane, Jornalista Centro de Design Pr
Resumo
               O Núcleo de Design foi criado em 2001 para atender à demanda de design gráfico, de
produto e de moda de pequenas empresas incubadas pelo Programa Linhão do Emprego, uma
iniciativa da Prefeitura Municipal de Curitiba. Projeto de cunho social pelo porte e situação
econômica das empresas envolvidas, foi estruturado para oferecer aos microempresários
atendimento gratuito, realizado por acadêmicos orientados por professores e por profissionais       do Centro de Design Paraná.

                 A preocupação em realizar projetos adequados à realidade dos empresários levou a
equipe a formalizar o processo de desenvolvimento. Desse modo, ficou mais fácil fazer os
estudantes compreenderem a lógica comercial enfrentada pela empresa que iriam atender. 
                A metodologia de funcionamento foi formatada tendo como referência a proposta de
desenvolvimento assistido, tanto no âmbito
empresarial quanto educacional. Essa metodologia
consiste em prospectar pequenos empresários com o objetivo de inseri-los no processo de
inovação por meio do design, com a ajuda das universidades, as quais disponibilizaram
estudantes da área para auxiliar em todas as etapas de realização do trabalho. 
                Desse modo, ganham o empresário em conhecimento prático e os estudantes a
experiência “in loco”. Em 16 meses, o Núcleo de Design do Programa Linhão do Emprego
atendeu 36 empresas por meio de parcerias com a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e
Universidade Tuiuti do Paraná (UTP), ambas de Curitiba.
Palavras Chave:
design, ensino de design, prática de design. 

Introdução 
A experiência do Núcleo de Design do Linhão do Emprego oferece contribuições
importantes para um debate que ganha cada vez mais importância: a relação entre 

universidade e empresas. Este debate permite múltiplas abordagens e tem sido objeto de
diferentes estudos. A experiência aqui relatada trata de dois aspectos: O primeiro é a falta de
contato dos estudantes com a realidade empresarial durante os cursos de design. A esta falta
de contato atribui-se boa parte do distanciamento que os designers se encontram da realidade
do mercado. O segundo aspecto é a colaboração entre universidade e empresas. Atualmente
constata-se certa resistência no meio empresarial quando se trata de parcerias com
universidades.
A desconfiança baseia-se quase sempre em um histórico de experiências mal sucedidas.
As reclamações passam pela questão de prazos, onde a academia não entende a velocidade
do mercado, e pela falta de comprometimento com o sucesso do produto. Entendemos que é
preciso trabalhar para resgatar a confiança e a credibilidade da academia junto aos
empresários, com parcerias em projetos que gerem resultados concretos. Ressalte-se ainda
que a experiência do Núcleo de Design do Linhão do Emprego beneficiou-se de um cenário no
qual o poder público, tendo lançado um programa para a geração de emprego e renda entre as
microempresas da periferia da cidade, apareceu como demandante.
O Núcleo de Design foi uma iniciativa da CIC1 - Companhia de Desenvolvimento de
Curitiba - que solicitou ao Centro de Design Paraná que organizasse uma forma de atender as
demandas de design das empresas que faziam
parte do Programa Linhão do Emprego,
programa de apoio a iniciativas empreendedoras, da Prefeitura Municipal de Curitiba.
Os autores fazem parte da equipe do Centro de Design Paraná e envolveram-se
diretamente com o trabalho do Núcleo. As informações utilizadas baseiam-se em
documentação do próprio Centro de Design e em depoimentos das pessoas envolvidas.
Conceituação
A proposta de oferecer serviços de design para as microempresas incubadas pelo Linhão
do Emprego, ofereceu a dificuldade inicial de as empresas não disporem de recursos para
contratar profissionais para desenvolver seus projetos. A solução desenvolvida pelo Centro de
Design Paraná baseou-se em três diretrizes principais, cada qual apresentado a seguir.
A primeira foi a de
equalizar as expectativas
das partes envolvidas – empresas,
estudantes e universidade. Tratava-se, prin
cipalmente, de superar a desconfiança dos
empresários em relação à universidade. Ficou claro que a credibilidade era uma conquista a ser
realizada com tempo e que seria fruto de uma sucessão de expectativas atendidas com
sucesso. Dessa forma seria prudente trabalhar com promessas iniciais mais modestas com as
quais o Núcleo de Design pudesse se comprometer.
A solução foi formalizar o processo de prestação de serviço. Só trabalhar com empresas
que se inscrevessem para ser atendidas e deixar claro que o Núcleo de Design poderia oferec


apenas projetos acadêmicos, todos desenvolvidos dentro de cronogramas limitados pelo
calendário acadêmico.
A segunda foi caracterizar o Núcleo de Design como
projeto de cunho social
. Tratava-
se aqui de deixar claro que os estudantes não estavam competindo com o trabalho dos
profissionais do design atuando no mercado. A solução nesse caso foi recortar exatamente a
área de atuação do Núcleo de Design vedando que seus serviços fossem oferecidos para
empresas ou instituições não incubadas no progr
ama Linhão do Emprego. Essa diretriz livrou o
Núcleo inclusive de pequenas demandas surgidas dentro da própria Prefeitura.
Finalmente, uma terceira diretriz
foi a de implementar uma unidade de
gestão do
processo de design
dentro do Núcleo de Design. Essas atividades foram atribuídas a dois
estudantes que trabalhavam diretamente ligados ao Centro de Design Paraná a quem competia
registrar as atividades, cuidar para que cada uma das etapas fossem realizadas e registradas.
O trabalho de gestão formalizou o processo de desenvolvimento dos projetos, ofereceu
segurança aos empresários incubados, colaborou na equalização das expectativas e ofereceu
direção aos estudantes. A obrigação de aprovar briefings com os empresários, por exemplo,
permitiu a avaliação do resultado de cada projeto de forma mais objetiva e técnica.
Antecedentes
Na gestão de Cássio Taniguchi -1998/2001 - a Prefeitura Municipal de Curitiba criou o
Programa Linhão de Emprego, com o objetivo de trazer para a formalidade as centenas de
empresas informais existentes na periferia de Curitiba. O programa foi batizado assim por
envolver a construção de uma grande avenida ligando diversos bairros da capital paranaense,
ao longo da qual foram construídos 10 barracões cada um com capacidade de receber até 10
empresas.
Em meados de 2001, quando a CIC procurou o Centro de Design para desenvolver uma
proposta para um núcleo de design, existiam
aproximadamente 80 empresas incubadas nos
barracões do Linhão do Emprego. Eram pequenas confecções, indústrias de alimentos e
fábricas de lustres, móveis, casinhas de cachorro, velas ou painéis luminosos, quase todas
ainda em estágio de formação.
O interesse inicial da CIC era pela metodologia de trabalho desenvolvida pelo Centro de
Design no atendimento às empresas paranaenses através do Programa Criação Paraná, focado
em apoiar empresas interessadas em desenvolver produtos inovadores e de bom design.
Entretanto, era preciso considerar que as empresas incubadas pelo Linhão do Emprego não
tinham condições de contratar os serviços de design no mercado.
Com essa realidade, a melhor opção foi aproximar os estudantes de design no
atendimento às empresas incubadas, aproximando a academia da realidade das empresas, 

além de permitir a execução de projetos sem
custos aos empresários. Nesse momento foi
preciso cuidar com a questão da ética profissional para que o trabalho dos estudantes não
caracterizasse concorrência predatória aos profissionais de design.
Era importante destacar que o Núcleo de Design
não constituía uma oferta subsidiada de
serviços de design. E deixar claro que as empresas inscritas no programa Linhão do Emprego,
por seu porte e situação econômica, não se constituíam mercado para os designers. Além
disso, destacar que o Núcleo de Design teria um impacto positivo na cultura das empresas,
disseminando a cultura do design e fomentando a ampliação do mercado para os profissionais.
Desta forma, foi preciso construir sua credibilidade junto a empresários, academia e
profissionais do design. Isso foi feito seguindo três passos:
1. equalizando as expectativas das partes envolvidas (academia, empresários e a CIC);
2. crescendo por etapas (avançar passo a passo);
3. oferecendo projetos adequados à realidade da empresas incubadas.
No início foi grande a expectativa gerada pela CIC e pelos empresários de que um projeto
de design poderia, sozinho, alavancar seus negócios. Foi preciso deixar claro que desenvolver
um produto é um processo de longo prazo, que os trabalhos seriam de caráter acadêmico e que
o design não substitui o esforço empresarial. Outro ponto crítico foi a expectativa de prazos: por
parte dos empresários, sempre imediatistas, dos estudantes, que buscavam longos prazos para
desenvolver com calma seus projetos e por parte da CIC, interessada em ter rapidamente
cases de sucesso.
Por ultimo a questão mais importante foi fazer os estudantes entenderem a realidade do
microempresário, com todas suas limitações: financeiras, tecnológicas e culturais, para poder
desenvolver projetos factíveis para as empr
esas, e o empresário começar a entender o
processo de design e como isso poderia ser uma ferramenta para incrementar seus negócios.
O Núcleo de Design contou com a parceria da CIC - Companhia de Desenvolvimento de
Curitiba, UTP - Universidade Tuiuti do Paraná, UFPR - Universidade Federal do Paraná,
cabendo ao Centro de Design Paraná a formatação, implantação e gerenciamento. 
  etodologia
A metodologia de funcionamento do Núcleo de Design do Linhão do emprego foi
formatada tendo como referência a metodologia
de “Desenvolvimento Assistido”, desenvolvida
pelo Centro de Design Paraná no atendimento a empresas durante os programas Criação
Paraná (CRIAÇÃO PARANÁ, 2002/2005).
A preocupação com desenvolver projetos adequados à realidade dos empresários levou a
formalizar o processo de desenvolvimento. Com
isso seria mais fácil levar os estudantes a
compreenderem a lógica comercial enfrentada pela empresa que iriam atender. Além disso a 

formalização estabelece pontos de controle e cria oportunidades para a interação entre os
interessados. As etapas estabelecidas basearam-se nos três fatores que, segundo pesquisas
internacionais, estão associados ao sucesso comercial de um novo produto (BAXTER, 1998):
1. Orientação para o mercado
2. Planejamento e especificações técnicas
3. Qualidade do desenvolvimento
Sendo assim, além de atender apenas empresas que declaravam formalmente seu
interesse em desenvolver produtos com design, os estudantes cumpriam uma primeira etapa de
estudar o mercado da empresa e seus pontos de venda, considerando as características dos
PDVs e do consumidor. Buscava-se sempre o máximo de informações, identificando futuros
gargalos e evitando surpresas no decorrer do processo. Os projetos foram desenvolvidos
cumprindo-se sempre todas as etapas projetuais.
O ponto central foi promover o entendimento tanto do estudante para as questões reais
do projeto, quanto para o pequeno empresário para o entendimento de como utilizar a
ferramenta design. Um ponto importante deste processo é mostrar aos futuros designers que
cada empresa tem uma diferente visão do que seja o design. Para facilitar essa compreensão
foi utilizada a escala desenvolvida pelo DDC -
Centro de Design da Dinamarca: a Escada do
Design (RAULIK, 2005).
O método, denominado Design Ladder, busca fazer uma analogia com uma escada de
quatro degraus:
1. Sem Design - Empresas que se encontram neste primeiro degrau não fazem uso do design
em nenhum estágio do processo.
2. Design como Estilo – Empresas nesse degrau acreditam que o design serve para tornar mais
atraente um produto que já fabricam. O design introduzido em um estágio já avançado do
projeto, tem pouco a oferecer e é, geralmente, mal aceito.
3. Design como Processo - O design não é usado apenas como detalhe final, mas como um
método de trabalho. É integrado nos estágios iniciais do processo, combinando-se com as
várias disciplinas envolvidas.
4. Design como Estratégia - Neste degrau mais alto da escada, o design é incorporado como
um elemento chave na estratégia comercial da empresa.
Através dessa analogia fica mais claro perceber que a introdução da cultura de design
não pode ocorrer de forma radical, mas sim de forma gradual, com os estudantes entendendo
que cada empresa trabalha em um degrau diferente. Entende-se dessa maneira o que cada
empresário está buscando e esperando. 

Funcionamento
O Núcleo de Design iniciou suas atividades em outubro de 2001, dentro da sede da CIC
que cedeu o espaço físico, bolsas para parte dos estagiários, auxílio para o transporte e
veículos para eventuais deslocamentos para pes
quisas de campo e visitas as empresas. A UTP
se responsabilizou pela seleção dos estagiários na área de projeto e disponibilizou professores
para a orientação dos estagiários. Já o Centro de Design Paraná formatou e estruturou o
funcionamento do Núcleo cedendo um coordenador par
a o projeto, disponibilizou parte dos
equipamentos de informática, além de custear um estagiário para gerenciar e secretariar as
atividades administrativas.
O Núcleo de Design se organizou em três setores:
Equipes de Projeto: formadas por 8 estagiários, sendo 3 estudantes de design de produto, 3 de
design gráfico e 2 de design de moda. Os alunos ficavam sob orientação de 3 professores da
própria universidade, um de cada área de atuação (um período por semana).
Equipe de Gestão do Design: formada por um coordenador geral da CÍC, um coordenador
técnico do Centro de Design e dois estagiários que cuidavam do registro das atividades, do
acompanhamento dos projetos e de todo o trabalho administrativo.
Grupo Gestor: composto pela direção do Linhão do Emprego, Centro de Design e UTP, que
tinha como função supervisionar todo o trabalho, estabelecer orientações, metas e dirimir
dúvidas sobre o processo.
O Núcleo de Design oferecia aos empresários os seguintes serviços: projetos gráficos,
projetos de design de embalagens, projetos de produtos e projetos na área de design de moda.
Cada serviço foi previamente formatado. Os empr
esários sabiam de seus direitos e deveres,
que informações deveriam fornecer aos estudantes, prazos, e até o que e como ele iria receber
os resultados.
Ao procurarem os serviços do Núcleo de Design, as empresas cadastradas no Linhão do
Emprego podiam ser atendidas de duas formas: diretamente pela equipe de projeto do Núcleo
ou por outros estudantes de design em universidades conveniadas. Nos dois casos os projetos
sempre eram acompanhados pela equipe de Gestão do Design. Esta segunda forma de
atendimento, nas universidades e não no Núcleo, foi utilizada para desenvolver logomarcas e
papelaria básica. Como este serviço constituía a maior demanda do Linhão do Emprego
concebeu-se esta forma de atendimento para aliviar o trabalho da equipe de projeto e permitir
que esta se focasse no desenvolvimento de produtos e de projetos de moda.
Para garantir o bom resultado dos projetos os estudantes foram orientados,
semanalmente, pela coordenação técnica do Centro de Design e por professores de gráfico,
produto e moda da UTP. Todas as etapas do projeto, do atendimento, pesquisa, até o produto
final, eram cumpridas e documentadas dentro de um padrão pré-estabelecido. 

São apresentados a seguir alguns cases, onde se percebe como os estagiários
conseguiram interagir com os empresários, ter
uma visão sistêmica sobre as empresas e seu
mercado, enxergando como poderia ser a inserção do design dentro de cada empresa,
respeitando suas características e sua realidade econômica.
Caso 1: Projeto Painel de Senha da empresa Digma Sigpel.
A empresa desenvolve painéis de senha buscando como clientes lanchonetes,
supermercados e bancos. O seu interesse era buscar um diferencial estético para os produtos,
geralmente produzido sob medida para cada cliente. Os estudantes, seguindo a metodologia do
Núcleo, redigiram o briefing inicial com o empresário, visitaram a empresa, visitaram locais com
produtos já instalados e reuniram informações sobre processo produtivo, manutenção e
logística. Após entenderem a lógica do negócio, re-avaliaram o briefing inicial, discutiram com
os orientadores as novas oportunidades percebidas e propuseram novo briefing. A partir daí foi
iniciado o desenvolvimento do produto. Como resultado final, diferentemente do esperado pelo
empresário que queria apenas uma nova apresentaç
ão do produto, foi criado um sistema em
que todos os componentes passaram a ficar dispostos numa “gaveta” que permite facilidade de
montagem e de troca para manutenção, uma vez que a base que está fixa na parede não
precisa ser retirada. A estrutura base, os componentes e a gaveta ficaram seriados, sempre
iguais, além de permitir receber diferentes painéis frontais que customizam o produto para cada
cliente. O novo produto foi sucesso de vendas, ajudando a empresa a se firmar no mercado,
sendo que essa já saiu do programa de incentivo da prefeitura, desenvolvendo novos produtos
e estando com barracão próprio. 

Caso 2: Projeto casinha de cachorro da empresa Cascão.
A empresa estava no mercado de casinhas para cachorros e pretendia desenvolver um
novo produto, uma “casinha” de transporte, para viagem. Após seguir a metodologia de procurar
entender mais sobre a empresa e seu mercado, os estudantes perceberam que a empresa não
tinha qualidade técnica suficiente e nem força comercial para entrar neste novo nicho de
mercado. Foi detectado, porém uma oportunidade de melhorar as vendas das casinhas atuais,
já que um dos maiores problemas enfrentados pelo empresário era de logística. Como as
casinhas eram vendidas já montadas, ele só conseguia entregar uma por vez, dificultando as
entregas nos diferentes pet shops. A solução apresentada foi uma nova casinha, desmontável,
com embalagem em papelão ondulado, com instrução de montagem, além de um diferencial
estético na porta da casinha. Com o novo projeto, muitas pequenas lojas que, por falta de
espaço, não podiam ter casinhas em estoque agora poderiam ter diversas casinhas, em três
tamanhos, para pronta entrega. Isso facilitou toda a logística: ficou melhor para o fabricante
entregar o produto na loja, facilitou ao lojista ter produtos pronta-entrega e facilitou ao
consumidor levar o produto desmontado da loja para casa.
No processo, empresa e estudantes entenderam melhor a lógica do negócio, percebendo
a oportunidade de se firmar mais em seu mercado ao invés de criar um novo produto. O grande
diferencial deste produto é o seu conceito e não apenas seu apelo estético-formal. 

Caso 2: Projeto casinha de cachorro da empresa Cascão.
A empresa estava no mercado de casinhas para cachorros e pretendia desenvolver um
novo produto, uma “casinha” de transporte, para viagem. Após seguir a metodologia de procurar
entender mais sobre a empresa e seu mercado, os estudantes perceberam que a empresa não
tinha qualidade técnica suficiente e nem força comercial para entrar neste novo nicho de
mercado. Foi detectado, porém uma oportunidade de melhorar as vendas das casinhas atuais,
já que um dos maiores problemas enfrentados pelo empresário era de logística. Como as
casinhas eram vendidas já montadas, ele só conseguia entregar uma por vez, dificultando as
entregas nos diferentes pet shops. A solução apresentada foi uma nova casinha, desmontável,
com embalagem em papelão ondulado, com instrução de montagem, além de um diferencial
estético na porta da casinha. Com o novo projeto, muitas pequenas lojas que, por falta de
espaço, não podiam ter casinhas em estoque agora poderiam ter diversas casinhas, em três
tamanhos, para pronta entrega. Isso facilitou toda a logística: ficou melhor para o fabricante
entregar o produto na loja, facilitou ao lojista ter produtos pronta-entrega e facilitou ao
consumidor levar o produto desmontado da loja para casa.
No processo, empresa e estudantes entenderam melhor a lógica do negócio, percebendo
a oportunidade de se firmar mais em seu mercado ao invés de criar um novo produto. O grande
diferencial deste produto é o seu conceito e não apenas seu apelo estético-formal.
Caso 3: Projeto luvas de solda da empresa Proteção.
Essa empresa estava com um desafio de aumentar o valor percebido de seu produto, luva
de solda em raspa de couro, um produto commodity, sem diferenciais de mercado. A solução

identificada foi melhorar a performance do produto. Após analisar luvas velhas descartadas, foi
apresentada uma nova proposta onde foi indicado um tipo de fio especial, mais resistente ao
calor da solda, e substituíram a posição das costur
as para evitar o calor direto da solda sobre
elas. Outra solução foi a modelagem diferente para cada mão: mais proteção na mão que
segura o objeto e menos proteção, mas maior controle e precisão, na mão que opera o
soldador. A empresa não tirou de linha o antigo produto, igual a todos do mercado, mas colocou
no mercado mais uma possibilidade: um produto diferenciado, melhor do que a concorrência,
que procura um novo nicho de consumidores que buscam produtos de melhor qualidade. Para
os alunos de design de moda a experiência de trabalhar em outros nichos de mercado, com
equipamentos de proteção individual, foi de grande importância por mostrar outros campos que
este profissional pode atuar.
Estes foram apenas alguns dos diferentes projetos desenvolvidos no decorrer da duração
do Núcleo de Design e ilustram como cada problema era percebido e encaminhado pelos
alunos.
Resultados
O resultado alcançado pelo Núcleo de Design superou as expectativas iniciais do projeto.
O Núcleo atendeu, desde sua abertura, 36 empresas com projetos de design gráfico, de
produto, de embalagem e de moda. Destes, 18
empresas foram atendidas em projetos
executados dentro da universidade, através de uma parceria entre o Núcleo de Design e o
curso de design da UFPR - Universidade Federal do Paraná. Os alunos selecionados na UTP -
Universidade Tuiuti do Paraná formaram a equipe do Núcleo de Design e trabalharam no
atendimento preferencial das demandas de projetos de novos produtos e de novas coleções.
O formato adotado pelo Núcleo de Design permitiu solucionar alguns problemas que,
geralmente, ocorrem com os projetos que envol
vem parcerias entre a academia e empresas
privadas. Podemos citar aqui a questão ética da concorrência, onde normalmente as empresas 

juniores ou outras parcerias empresa/escola acabam por concorrer (com subsídios da escola)
diretamente com os escritórios ou profissionais de design autônomos egressos das próprias
escolas de design. O Núcleo de Design atendia apenas as empresas dentro de um programa de
incentivo a criação de novos empreendimentos
, o Linhão do Emprego, logo empresas ainda
fora do mercado formal de design, sendo em sua essência um projeto de cunho social. O
Núcleo possui serviços de design pré-formatados, ou seja, somente realizava certos tipos
projetos. O empresário assinava um documento no qual estava ciente do caráter acadêmico do
projeto, entendendo que não haveria uma responsabilidade profissional sobre os projetos,
inclusive no que se refere ao detalhamento técnico.
A qualidade dos projetos era garantida pelo controle rígido das etapas projetuais e pela
participação de todos estagiários e professores nas reuniões de projeto, fazendo com que mais
pessoas estivessem participando das decisões. A documentação de todo processo permitiu um
melhor gerenciamento das informações e facilitava a colaboração de diferentes professores.
O empresário participava diretamente das decisões, ou seja, evitou-se fazer o “design
caixa-preta” onde o empresário só vê o seu projeto no dia em que ele está acabado. No Núcleo
de Design cada empresário era constantemente convocado a participar do processo de decisão
e assinava em cada etapa a autorização para continuar o projeto.
Os alunos passaram a ter um contato direto com a realidade do nosso pequeno
empresário, com todas as dificuldades tecnológicas e financeiras para viabilizar os projetos.
Junto com os alunos os empresários participaram do processo de aprendizado de como se dá a
condução de um projeto de design, compreendendo quais são as etapas e como ele pode
também colaborar com o processo.
Como os atendimentos e apresentações aos empresários sempre foram feitos pelos
próprios alunos estes rapidamente perceberam a
dificuldade da troca de informações devido a
diferença de repertório, precisando adaptar as linguagens escrita, visual e verbal dos projetos
para melhorar a comunicação e evitar dúvidas.
Um dos indicadores do bom resultado da experiência do Núcleo de Design foi a rápida e
boa inserção no mercado que os ex-estagiários obtiveram após se formarem. Entre eles alguns
que ganharam prêmios como o Prêmio Masisa de Design, outros atuam como professores em
escolas de design ou estão trabalhando com pesquisas em design e há aqueles que atuam em
empresas privadas.
Apesar de mudanças na direção da Companhia de Desenvolvimento de Curitiba terem
levado à descontinuidade do Núcleo de Design, acreditamos que a experiência tenha mostrado
que existe muito espaço para a colaboração entre as escolas de design e a sociedade. E
esperamos que possa servir de base para projetos similares em outras localidades, por todo o
Brasil. 

Referências
BAXTER, Mike.
Projeto de produto: guia prático para o desenvolvimento de novos
produtos
.
São Paulo: Edgard Blücher, 1998.
CENTRO DE DESIGN DO PARANÁ.
Criação Paraná 2005.
Curitiba, 2005. Catálogo.
_____.
Criação Paraná 2002.
Curitiba, 2002. Catálogo.
_____.
Relatório de Atividades 2002:
Núcleo de Design do Linhão do Emprego. Curitiba,
2003.
_____.
Relatório de Atividades 2002-2001.
Curitiba, 2002.
CENTRO PORTUGUÊS DE DESIGN.
Manual de gestão de design
. Porto - Portugal, 1997.
RAULIK, Gisele.
Design degrau por degrau.
Disponível em:
<http:www.designbrasil.org.br/portal/opiniao/exibir.jhtml?idArtigo=203> Acesso em: 03 fev.
2006.
_____.
Design initiatives’ models
. Brunel University, UK. 2003. Dissertação de Mestrado 
 A muito tempo identifiquei a necessidade de se criar condições de desenvolvimento em municípios pequenos, para suprir a falta de emprego e renda e proporcionar uma vida digna as pessoas que vivem em condições de extrema necessidade.

Com a falta de oportunidades fica evidente o despreparo para uma vida profissional e impossibilita qualquer ação de empreendedorismo de iniciativa popular ou pessoal,

Com este quadro desfavorável ao desenvolvimento que surgiu a ideia do instituto "ipdi".

               conhecimento,experiência profissional         (não concluído).
Para que entendam a minha dificuldade em criar um bom conteúdo e me expressar de forma clara, quero esclarecer minha situação. Sou um trabalhador assalariado sem curso superior sem casa própria nem carro, mas sou grato ao Senhor por tudo o que tenho e oque sou, mas vejo pessoas que fazem parte da minha vida passando muita necessidades e sei que posso fazer muito por elas.
Minha única finalidade em criar o ipdi é transmitir meus conhecimentos e criar oportunidades para uma vida digna.  toda a colaboração intelectual é bem vinda. um grande abraço.
de:
Luis Carlos Heldt








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